As preocupações com relação à segurança e confiabilidade continuam sendo obstáculos significativos à adoção do consumidor de práticas de economia circular, de acordo com um estudo global recente. O relatório de 2025 BSI intitulado “O ponto de inflexão: construindo confiança na economia da circularidade”, conduzido em parceria com o Instituto Cambridge de Liderança de Sustentabilidade (CISL), ressalta a necessidade de promover a confiança em produtos reutilizados ou reparados, incluindo roupas para motivar o envolvimento do consumidor em comportamentos circulares.
O estudo pesquisou mais de 8.200 indivíduos em todo o mundo sobre seu envolvimento em dez práticas circulares distintas, incluindo reciclagem, reaproveitando a embalagem e a compra de itens de segunda mão. Os resultados revelaram que, embora 53% dos entrevistados se identificassem como adotantes iniciais ou parte da maioria inicial na adoção da circularidade, existe uma lacuna notável entre autopercepção e comportamento real de compra. Por exemplo, apenas 33% expressaram vontade de comprar tecnologia de segunda mão e apenas 31% escolheriam produtos alimentícios em embalagens recicladas em vez de opções convencionais.
Uma descoberta -chave destacada no relatório é que três principais preocupações – falsas sobre qualidade (56%), segurança (51%) e confiabilidade (49%) – impedem os consumidores de adotar produtos circulares totalmente. O CEO da BSI, Susan Taylor Martin, enfatizou que, embora o preço e a qualidade normalmente dominem as decisões de compra, a introdução de itens reutilizados ou reciclados levanta novas perguntas que devem ser abordadas. “Para que a circularidade prospere, as empresas devem ir além das mensagens de sustentabilidade e demonstrar valor, durabilidade e confiabilidade para incentivar os consumidores a ver opções circulares como alternativas confiáveis”, afirmou.
O relatório também observou que, embora 76% dos indivíduos reconheçam seu papel na promoção da circularidade por meio de suas ações e compras, a porcentagem real de materiais reutilizados na economia global diminuiu de 7,2% para 6,9%. Além disso, enquanto 67% dos entrevistados reconhecem os benefícios ambientais da adoção de hábitos circulares, essa consciência não se traduz consistentemente em ação. Por exemplo, apenas 29% estão abertos à compra de móveis de segunda mão ou reformados, e apenas 25% estão dispostos a comprar produtos alimentares imperfeitos.
Além disso, o estudo revelou que o ceticismo em relação a reivindicações ambientais impede um terço (32%) das pessoas da compra de produtos circulares. No entanto, 59% indicaram que um rótulo credível que substancia a essas reivindicações poderia promover a confiança.
O CEO da CISL Lindsay Hooper enfatizou a importância da confiança e da credibilidade na transição para uma economia circular. “Para a circularidade convencional, precisamos de produtos e serviços que incorporem qualidade, segurança e confiabilidade. As organizações que implementam proativamente essas soluções impulsionarão a transformação econômica e desbloquearão vastas oportunidades”, observou ele. O relatório visa fornecer às organizações orientações essenciais para acelerar a adoção de práticas circulares e catalisar mudanças significativas no setor.
Deixe uma resposta